Estrutura Narrativa: Quais são os mecanismos da história e do plot?

O InPoint, o site da Pacific Cinémathèque, define a estrutura narrativa da seguinte maneira: “A estrutura narrativa é sobre duas coisas: o conteúdo de uma história e a forma usada para contar essa história. Duas maneiras comuns de descrever essas duas partes da estrutura narrativa são história e plot.”

Em outras palavras, a estrutura narrativa é a maneira como a história e o plot são utilizados em um filme. A seguir vamos falar de história e plot, discutindo-os em termos gerais, sem um gênero específico em mente (via Milne Publishing).

A estrutura narrativa, como o termo sugere, é a estrutura de um filme. A história é a ação do filme, e o plot é como a história é contada. A estrutura narrativa pode ser linear ou não linear. Estrutura narrativa linear é a de um filme que se move em ordem cronológica. Estrutura não linear é a de um filme que começa no meio, também conhecido como “in medias res”. A história é contada em flashbacks que prosseguem até os dias atuais.

A fórmula da estrutura narrativa é:

História (Ação) + Plot = Estrutura Narrativa.

Se o filme não tivesse nenhuma estrutura, ele faria sentido?

A estrutura fornece aos personagens algo para realizar e crescer. Caso contrário, eles não teriam começo, meio e fim. O tempo não faria sentido para eles. O tempo é uma das partes mais significativas da estrutura narrativa.

Para falar sobre os detalhes da estrutura narrativa, precisamos falar sobre suas duas partes, a história e o plot. Discutiremos o plot primeiro, já que o plot determina como a história será contada.

Estrutura Narrativa: O Plot

Um tipo de plot é o conflito interno. No entanto, neste momento, vamos expandir a discussão sobre plot. Muitas pessoas teorizaram sobre o número de plots diferentes existentes, cada uma chegando a uma quantidade diferente.

A Ipl2 (Biblioteca Pública da Internet) abordou essa questão em um artigo de Coleções Especiais intitulado “Os plots ‘básicos’ na literatura”. No artigo do ipl2, quatro pessoas falaram sobre o número de plots que elas encontraram com base em suas próprias teorias. Cada uma de suas teorias propõe raciocínio diferente quanto ao número específico de plots básicos. Foster-Harris, em “Os padrões básicos do plot”, afirma que existem três padrões básicos de plot. A bibliotecária voluntária do IPL Jessamyn West diz que há sete plots. Ronald B. Tobias, em “20 Master Plots”, propõe vinte plots básicos. Georges Polti, em “As Trinta e Seis Situações Dramáticas”, traduzido por Lucille Ray, afirma que existem 36 plots.

Com base nesses autores, o número de plots existentes varia de três a sete a 20 a 36. Não há um número específico de plots. No entanto, se você olhar bem os plots dessas listas, há realmente diferenças significativas entre eles? A lista de 20 plots de Ronald Tobias contém dois plots chamados amor e amor proibido. Qual a diferença entre amor e amor proibido? O plot do amor poderia abranger todo o amor. Na lista de 36 plots de Polti, os plots são muito específicos, como por exemplo matar um parente não reconhecido.

Um plot deve ser geral para não limitar a história. Portanto, aqui, consideraremos 10 plots básicos, além do plot geral do conflito interno. Os 10 plots são: busca, perseguição, resgate, vingança, enigma, perdedor, tentação, transformação, amor e descoberta. Cada plot é diferente o suficiente para gerar ações diferentes na história.

Listar mais do que esses 10 plots e conflito interno restringiria o escopo do plot. Quanto mais restrito o escopo do plot, mais restrita é a ação da história.

Os plots alimentam a história, mas sozinhos eles não têm valor. Então, neste momento, vamos dar uma olhada na definição de história e nas suas partes. 

A História

O Dicionário Online Oxford Languages define história como “narração de eventos fictícios ou nãol”.

A história ou o relato dos eventos podem ser divididos em seis partes:

• A exposição é o começo do filme, onde os personagens principais do filme são apresentados e o espectador descobre algo sobre os personagens.
• A complicação é o conflito que o protagonista deve enfrentar e resolver até o final do filme.
• A ação crescente é uma série de sequências de ação em que o protagonista experimenta avanços e retrocessos, caminhando em direção à resolução do conflito.
• O clímax é o ponto alto do filme em que o protagonista, com base no conhecimento adquirido durante a ação crescente, determina qual ação final precisa ser tomada para resolver o conflito.
• A queda de ação amarra ou resolve qualquer história menor e solta.
• A resolução é o final do filme.

Juntamos essas seis partes para que elas formem um fluxo contínuo:

• A exposição e o conflito formam o início da história.
• A ação crescente e o clímax formam o meio da história, e
• A queda de ação e a resolução formam o fim da história.

Resumo da Estrutura Narrativa

Tirando os personagens, a estrutura narrativa é o filme. A estrutura narrativa não é apenas a estrutura de como um filme é contado; ela fornece uma avenida para os personagens crescerem. A estrutura narrativa se consiste no plot e na história sendo retratados em ordem cronológica (linear) ou em uma combinação de flashbacks e tempo presente (não linear).

A estrutura narrativa é um ciclo vicioso que começa com o plot mostrando como a história será contada. A história passa por várias mudanças, desde a exposição até a complicação ou conflito. À medida que o protagonista ou personagem principal progride tentando resolver a complicação, o protagonista avança a história, para que possamos ter ação crescente. A ação crescente chega a um clímax, onde o protagonista tem que tomar a decisão final de como lidar com a situação para empurrá-la para o final. Após o clímax, vem a queda de ação, porque o principal incidente acabou de ocorrer. No final da queda de ação, o espectador chegou à resolução / desfecho, encerrando o filme.

Confira também: O que é som no audiovisual?

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