Como conseguir patrocínio para audiovisual no Brasil?
O financiamento é o aspecto mais crucial de qualquer projeto de filme porque a equipe de produção precisa de dinheiro para pagar por cada etapa do processo de filmagem. Garantir patrocínio para audiovisual no Brasil pode ser uma tarefa árdua para os cineastas, mas existem muitas opções viáveis de financiamento disponíveis.
Principais formas de patrocínio para audiovisual no Brasil
Há algumas opções de patrocínio para audiovisual no Brasil, para facilitar as separamos em quatro grupos: Negócios, Estatais, Marketing Cultural e Alternativas.
Negócios
Essas são as opções de patrocínios que utilizam investidores. Os investidores patrocinam as produções audiovisuais com intenção de obter lucro. O mercado audiovisual movimenta bilhões de dólares por ano, só no Brasil.
Exemplos: Investidor anjo, coprodução internacional, pré-venda, etc.
Estatais
Essas são as opções de patrocínio concedidas pelo governo. Os financiamentos podem ser de fomento direto, normalmente através de editais, que oferecem recursos de fundos; ou de fomento indireto, por meio de leis de incentivo, que fornecem patrocínio via renúncia fiscal.
Exemplos: Lei do Audiovisual, Editais do MinC, Fundo de Cultura do seu estado ou município, etc.
Marketing Cultural
Nesta forma de patrocínio, as empresas associam suas marcas a projetos audiovisuais com intenção de obter visibilidade. Ao financiar um projeto, podendo ou não ser através de uma lei de incentivo, as empresas estão realizando uma ação de marketing cultural.
Exemplos: patrocínio, branded content, product placement, etc.
Alternativas
As outras formas de financiamento são chamadas de alternativas. É aqui que você usa sua criatividade para captar recursos.
Exemplos: crossfunding, nano orçamento, financiamento coletivo, etc.
Você pode escolher a melhor forma de patrocínio para o seu projeto.
Dicas para conseguir patrocínio
Tenha algo para mostrar
Apresentar seu projeto com um look-book bem feito e um ótimo roteiro é uma boa escolha, mas seu possível investidor quer saber mais do que isso, ele quer saber se você vai conseguir realizar seu projeto com um orçamento pequeno.
Resumindo, a parte criativa é extremamente importante, mas quando falamos de dinheiro, o que mais importa é a logística e o planejamento.
Um método que os cineastas podem usar para mostrar uma prova de capacidade na ausência de um portfólio é pegar uma pequena quantia de dinheiro e filmar uma versão curta de sua história.
Esse é um método complicado. O financiamento de filmes não é uma equação. Roteiro + trailer finalizado não significa necessariamente um longa-metragem totalmente financiado.
Se você adota uma abordagem de conseguir um micro-orçamento para filmar uma versão curta de seu filme ou um trailer composto de certas cenas, então o faça bem feito. Tipo, muito, muito bem feito.
Essa abordagem pode ser uma verdadeira faca de dois gumes. Por um lado, sim, faça isso se você está em uma situação em que precisa de uma ferramenta para ajudar os investidores ou financiadores a entender o que é o projeto – digamos que o “tom” da peça seja difícil para as pessoas colocarem no papel ou se você está lidando com investidores que não estão familiarizados com a leitura de roteiros e podem precisar de alguma outra maneira de se envolver na história do filme.
Mas a verdadeira armadilha ao fazer isso é que o cineasta tem que entender que qualquer um que assistir a peça mais curta irá presumir que a qualidade, o valor da produção, o talento de atuação e todos os outros elementos estão representando a forma final do seu projeto.
Você não pode dizer a um investidor algo do tipo: “Quando tivermos dinheiro suficiente, os vampiros não terão dentes de plástico de Halloween, eles serão presas gigantes em CGI pingando sangue!” Não vai colar.
Cuidado com a abordagem
Uma das lições mais humilhantes que você aprende quando você vai atrás de patrocínio para audiovisual no Brasil é que você não é só mais um. Você descobre que todos os possíveis financiadores já foram abordados por alguém parecido com você. Então vá com calma, eles estão cansados de pessoas indo pedir dinheiro para eles. Solicitações muito diretas e agressivas são mal-vistas em qualquer lugar.
Cada “não” é um aprendizado
Antes de conseguir o almejado patrocínio para o seu projeto audiovisual, você vai receber uma grande quantia de “nãos”. No melhor dos casos você receberá uma negativa junto com uma nota explicativa. Você pode aprender com muitos desses “nãos”.
Se você por exemplo puxou o gatilho cedo demais, e não obteve resposta nenhuma do seu investidor, com certeza na próxima apresentação você estará mais preparado. E nunca prometa algo que você não poderá entregar, como vantagens, créditos, condições suplementares e direitos, etc.
ROI – Retorno sobre o investimento
Essa sigla é fundamental para entender como falar com investidores em potencial. Se eles investirem no seu filme, como você garantirá o retorno sobre o investimento?
E sim: alguns investidores não estão nisso só pelo ROI: eles querem apoiar os filmes e cineastas em que acreditam. Mas todos querem saber se você fará o seu melhor para, pelo menos, retornar o investimento.
E em Hollywood?
Nos Estados Unidos, o negócio funciona de outra forma. É uma compra e venda de risco. Se o filme é patrocinado por um estúdio, ele é quem paga o projeto e assume o risco. Se o projeto obter lucros, o estúdio e o produtor ganham juntos.
Quando você pretende produzir um filme independente, você o apresenta para os estúdios e distribuidoras e eles analisam se querem ou não comprar o filme. Ao adquirir o filme, eles não estão o tirando de você, estão prevendo o retorno sobre o investimento a partir do conhecimento deles sobre o mercado.
Se o resultado do filme ficar bom, você tem a possibilidade de vendê-lo para outras distribuidoras e, se o projeto não atender as expectativas, você pode vendê-lo mais barato. O foco neste caso é diminuir o prejuízo. Se a bilheteria do filme for boa, o produtor ganha um bônus dos estúdios.
Confira também: Continuidade no Filme: Principais fundamentos para manter a fluidez nas suas filmagens
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